Dietas fazem parte da nossa cultura!
Porém, dieta geralmente é um programa alimentar, baseado em corte de calorias, sem preocupação com o tipo de calorias.
Para que haja um estado de saúde verdadeiro e perda de peso duradoura, é preciso concentração na redução do consumo de substâncias químicas e aumento da qualidade dos alimentos ingeridos e não somente cortar calorias. Essa é a chave para equilibrar o açúcar no sangue e melhorar a saúde como um todo.
Eu sei que na correria do dia a dia geralmente optamos por facilidade no lugar de qualidade no âmbito da alimentação. Terminamos então cedendo a praticidade dos alimentos industriais.
Os alimentos industriais são basicamente constituídos de açúcar, sal refinado e gordura trans. Porque? Por dois motivos básicos:
- Esses ingredientes atuam como conservantes
- Causam vício
O que temos que questionar é o seguinte: geralmente os alimentos naturais tem uma durabilidade de 1 semana, no máximo 2, certo? Quando você faz um pão ou bolo caseiro, geralmente em cerca de 5 dias, na temperatura ambiente, ele vai começar a apresentar bolor (um tipo de fungo) que nada mais é do que o processo de decomposição do alimento por bactérias e fungos. Processo natural.
Para que pães, bolos e biscoitos durem meses nas prateleiras dos supermercados, são adicionados vários tipos de conservantes químicos que impedem que esses produtos sejam digeridos por bactérias e fungos.
Qual é o problema com isso? É que esses mesmos conservantes que impedem a degradação do alimento nas prateleiras, impedem a digestão do mesmo dentro de nós. Esses conservantes atuam de forma negativa no nosso intestino, impedindo a digestão e ainda matando bactérias probióticas (essenciais para nossa saúde) que é o nosso patrimônio biológico, nosso microbioma humano.
Além disso, vários desses produtos químicos, conservantes, sequestrantes, corantes e aromatizantes são comprovadamente nocivos à nossa saúde e altamente cancerígenos. Não é à toa que o câncer aumentou cerca de 500% depois da revolução industrial, momento em que a indústria transformou o alimento em produto alimentar.
Todos esses produtos químicos podem causar hipoglicemia, diarreia, diabetes, alergias, obesidade, problemas renais, doenças cardíacas, câncer e muitas outras doenças.
Incitando o Vício
Além da introdução de conservantes, existe também uma intenção da indústria em colocar ingredientes que viciam o paladar e causam compulsão alimentar. Assim fica “impossível comer um só.”
De acordo com Marion Nestle em seu livro, “What to Eat?” (O que comer?) o ponto é o seguinte: a agricultura americana, e nós seguimos o mesmo padrão, oferece muito mais comida do que as pessoas precisam. A comida oferecida é de 3.900 calorias por dia para cada homem, mulher e criança no país. Considere que um adulto médio precisa de apenas um pouco mais da metade desse valor e as crianças muito menos. Não é de se admirar que a obesidade esteja nos matando.
A abundância deixa as empresas de alimentos com três opções:
Opção 1: eles podem fazer menos produtos alimentícios, ou porções menores, e elevar os preços, o que é uma estratégia de negócios arriscada
Opção 2: eles podem convencê-lo a comprar seus produtos em vez dos concorrentes, daí a publicidade
Opção 3: eles podem fazer com que você coma mais do que eles vendem
As empresas de alimentos parecem ter optado por se concentrar fortemente no número 2 e 3. Quando você viu uma campanha publicitária de 50 milhões de dólares estrelando Beyoncé em favor do brócolis? Pois é, não viu. Mas ela fez uma para a Pepsi por esse valor em 2012. A verdade é que quanto pior a comida é para você, maior o orçamento de publicidade.
Além do uso dos conservantes, empresas de alimentos combinam gordura, açúcar e sal de uma maneira bem específica que instiga o vício e a compulsão alimentar no nosso cérebro. Michael Moss em seu livro: “Sal, Açúcar, Gordura – Como os Gigantes nos Alimentam”, concluiu que as empresas alimentícias usam intencionalmente quantidades desproporcionais de açúcar, sal e gordura para atrair clientes e torná-los dependentes de seus produtos.
Moss descobriu que as empresas de alimentos estudaram extensivamente a proporção ideal de gordura, sal e açúcar para alcançar o mais alto nível de otimização de alimentos conhecidos na indústria como o ponto de êxtase. Ah, e o alvo deles são as crianças, pois se tornam consumidores obedientes e viciados mais facilmente.
A indústria experimentou um “boom” de vendas desde o desenvolvimento deste modelo de conveniência, baixo custo e “alimentos saborosos”, diz ele. Perceba que não é um problema de um único produto ou empresa, mas trata-se de uma questão coletiva de vender o máximo possível, independentemente das consequências para a sua saúde.
Cuidado – só você pode se defender!
Infelizmente as empresas de alimentos não param de induzir o consumo de mais alimentos do que o necessário. Para agravar a situação, essas empresas têm parceria com o governo, que através de lobistas poderosos criam políticas alimentares que promovam a ingestão de mais açúcar, alimentos processados, laticínios e carne.
Segundo o Dr. Mark Hyman, em seu livro fantástico: “Alimentos – O que diabos devo comer?”, nossa atual política de alimentos permite o marketing alimentar não regulamentado, que visa lucro e não saúde. Esse marketing alimentar infame visa crianças, pessoas carentes e minorias, além de impulsionar o consumo de bebidas açucaradas e alimentos industriais, responsáveis por nossa epidemia de obesidade, doenças degenerativas e morte.
Ainda citando Dr. Mark Hyman, ele diz que as políticas governamentais influenciam fortemente nossas diretrizes alimentares e determinam quais alimentos são cultivados, como eles são cultivados, como são processados e como são comercializados. A influência externa que os lobistas alimentares e agrícolas industriais têm em nossas políticas encoraja um sistema alimentar que gera doenças.
Como exercer o seu poder
Se você não é uma empresa bilionária com um exército de lobistas, que poder você tem como pessoa na mudança do sistema? Digo que você tem um poder significativo e pode agir de duas maneiras:
- Como indivíduo: cada centavo que você gasta em comida é uma ação de poder político e econômico e você tem muito mais poder do que imagina. Você, como consumidor, decide onde você gasta seu dinheiro e isso é importante para a indústria alimentícia. Por quê? Porque as empresas de alimentos só podem permanecer no negócio se houver uma demanda por seus produtos.
- A segunda maneira poderosa de influenciar a mudança na nossa política alimentar atual, impactando a saúde coletiva e a saúde do nosso planeta, é como um influenciador. Cada um que se cura do vício de uma alimentação industrial e cultiva saúde e prosperidade nutricional, que busca informação, educação, orientação e inspiração, pode influenciar outros! Você se torna uma luz aonde chega e pode influenciar sua família, seus amigos e seus companheiros de trabalho. Você tem a oportunidade de expandir seu impacto exponencialmente. Se você for capaz de inspirar a mudança em 10 pessoas que seja, e essas pessoas influenciarem mais 10 e assim por diante, podemos mudar o mundo.
É assim que juntos criamos uma mudança massiva em nossa cultura, em nossa saúde e em nosso planeta. Qual é a primeira coisa que podemos fazer para criar essa mudança? Podemos fazer a transição em nós mesmos.
Para fazer a transição de uma alimentação industrial para um estilo de vida natural, é preciso um passo de cada vez. Num primeiro momento, provavelmente, você não vai conseguir eliminar totalmente esses produtos da sua vida diária, o melhor caminho é fazer gradualmente.
Uma boa dica é começar a ler os rótulos e escolher os produtos com menos ingredientes. Num segundo momento, você pode escolher os produtos que não possuam os aditivos mais agressivos. E assim, devagarinho, passo a passo, você vai mudando de uma alimentação industrial para uma alimentação natural e integral.
Quando você está nutrido, o corpo naturalmente rejeita esse tipo de lixo industrial.
Invista na sua nutrição.
Com saúde e alegria.